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  • Foto do escritorClarissa T. H. Fujiwara

Aves natalinas: Diferenças entre Peru, Chester e Frango

O calendário avança e, com a aproximação do final de ano, certos alimentos que tradicionalmente figuram nas ceias surgem à venda nos mercados e nas propagandas. E então, muito se pergunta sobre quais as diferenças, do ponto de vista nutricional, dentre as aves natalinas como o famigerado peru e o Chester® em comparação ao frango?


Para dar início ao assunto vale mencionar que o peru é uma ave nativa da América do Norte, e foi domesticado há mais de 2 séculos no México. Muito presente no Thanksgiving Day, ou o dia de Ação de Graças e por influência dos Estados Unidos, o peru também passou a estar presentes na ceia natalina do brasileiro.

Fonte: www.freepik.com/photos/christmas by timolina


Puxando esse gancho, aliás, uma pergunta que paira sobre a cabeça de muitas pessoas, é em relação ao Chester®? Afinal, quase ninguém nunca viu um pessoalmente.


Na verdade, no começo da década de 80, um grande frigorífico, a Perdigão, por meio do cruzamento de diversas linhagens de galinhas, fez surgir no mercado nacional o Chester® - que foi batizado da palavra em inglês "chest", que significa “peito” - e é até hoje marca registrada da empresa.


as dando seguimento ao assunto, nós exploraremos a seguir as especificidades de cada uma dessas aves. Confira os valores nutricionais comparativos em amostras de 100g de peru, Chester® e diferentes cortes de frango, conforme a tabela a seguir:

Fonte: Tabela brasileira de composição de alimentos (TACO), United States Department of Agriculture (USDA) e website do fabricante.


NOTA: Lista de ingredientes do produto - Chester® tradicional Perdigão

Ingredientes: Ave, água, sal, glicose, Estabilizante: Tripolifosfato de Sódio (INS451i), Aromatizantes:

aromas naturais (com óleo de semente de aipo), Realçador de sabor: Glutamato Monossódico.


Como se pode observar, todas as aves aqui apresentadas são alimentos predominantemente fonte de proteínas de alto valor biológico, possuem boa digestibilidade e um perfil de aminoácidos completo, que contemplam os aminoácidos essenciais - ou seja, aqueles que o organismo é incapaz de produzir e, portanto, devem ser obtidos pela alimentação. A presença dessas proteínas favorecem a maior saciedade e são necessárias para componentes fundamentais para o bom funcionamento do organismo como enzimas, hormônios e para o transporte de substâncias pelo sangue. Além disso, as proteínas são necessárias para a síntese e recuperação muscular – sendo aliados para praticantes de exercícios físicos no desenvolvimento dos músculos. Sua deficiência está relacionada a grande perda de massa muscular, queda de cabelo e unhas quebradiças, além de menor imunidade. No ranking das aves aqui apresentadas, maior teor de proteínas é observado no peito de frango (32 g), na sobrecoxa (28,7 g) e no peru (26,2 g).


Passando para o próximo critério de análise, maior quantidade de gorduras totais e saturadas é observada na sobrecoxa de frango com pele, seguida do Chester®. Por outro lado, menor quantidade dessas gorduras é apresentado por preparações de frango sem pele, especialmente no peito e no peru. O consumo em excesso de gorduras do tipo saturadas pode contribuir para elevar o LDL-colesterol, popularmente conhecida como "colesterol ruim", associado a maior incidência de eventos cardiovasculares. A redução no teor de gorduras do tipo saturadas é indicada para auxiliar no controle a indivíduos com LDL-colesterol elevado.


Como orientação geral, recomenda-se que o colesterol deve ser limitado até 300 mg/dia, nesse sentido, maior teor de colesterol está presente nos cortes de sobrecoxa de frango com pele. Um dos tópicos mais controversos nas últimas décadas concerne ao consumo colesterol - que muito embora, seja importante para o funcionamento adequado do organismo, como para sintetizar hormônios - atualmente estabelece-se que o colesterol da dieta não é o principal responsável pelo aumento do colesterol no organismo, porém o consumo excessivo de gordura saturada (ou inclusive eventual consumo de gorduras trans), que estimulam a síntese hepática de colesterol.


Quanto ao sódio, maior teor foi observado dentre todas as opções, no Chester® em

virtude da adição de glutamato monossódico - aliás, aqui cabe destacar a presença de aditivos alimentares como estabilizante. O teor de sódio apresentado pelo peru é relativamente elevado em comparação às amostras de frango. Cabe ressaltar que, muito embora, no documento da TACO, apesar de não ser referido se durante o preparo de amostra seja adicionado algum ingrediente fonte de sódio, muito provavelmente isso deva ocorrer.


Cabe colocar que a ingestão de sódio acima do limite recomendado de 2.000 mg figura

como fator de risco para a hipertensão arterial e está associada a eventos cardiovasculares. Além disso, evidências indicam que, entre adultos, em particular com diagnóstico de pré-hipertensão e hipertensão, reduções na ingestão de sódio podem favorecer o controle da pressão arterial.

Adicionalmente, diminuição de 2 a 7 mmHg na pressão arterial sistólica (PAS) e de 1 a 3 mmHg na pressão arterial diastólica (PAD) podem ser observadas com uma redução progressiva de, respectivamente, 2,4 a 1,5 g na ingestão de sódio/dia. O sódio é consumido principalmente como o sal de cozinha (cloreto de sódio) que é adicionado no preparo de refeições e utilizado como

ingrediente alimentar pela indústria, como agente conservante, na manutenção da umidade do alimento e na cura de carnes. No Brasil, apenas para se ter uma idéia, estima-se que o consumo médio de sal seja de 11,4 g diárias, excedendo mais que o dobro da recomendação máxima de 5,0 g de sal ao dia.


Apesar de elencarmos as diferenças e particularidades de cada uma das aves aqui apresentadas, vale colocar algo que sempre enfatizamos no NutS - sobre ter consciência, mas se permitir apreciar cada momento e comer com atenção e prazer!

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