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  • Foto do escritorKelly V. Giudici

Microbiota: muito mais do que hóspedes do seu intestino



Você já sabe que nosso organismo (principalmente o intestino) serve como hospedaria para uma grande quantidade de bactérias. Grande, neste caso, é até um eufemismo, pois na realidade se trata de uma enorme quantidade em constante variação, que facilmente ultrapassa alguns trilhões. Mais curioso ainda é pensar que carregamos mais bactérias do que a quantidade de células que forma nossa própria matéria. Sim, isto é possível devido ao fato de que, em massa e volume, as células bacterianas são bem menores.


Apesar de microscópicos, estes organismos sabidamente impactam fortemente o nosso metabolismo, e cada vez mais são descobertas novas funções importantes exercidas por este grupo que conta com mais de 160 espécies diferentes vivendo dentro de nós. Conheça algumas destas funções a seguir!



Proteção contra infecções e modulação imunológica


Todo bebê em estágio gestacional possui um trato gastrointestinal estéreo, ou seja, livre de micro-organismos. A sua colonização começa no momento do parto e tem uma grande importância desde então. Estar cheio de bactérias inofensivas vivendo em seu intestino significa ter uma proteção contra cepas patogênicas que podem causar diversas doenças. A competição local é intensa, e quanto maior a quantidade de bactérias “do bem”, menor a chance de que a eventual presença de uma variante perigosa consiga se multiplicar.




Produção de vitaminas


Alguns tipos de vitaminas podem ser produzidos por bactérias presentes nos intestinos. Um exemplo é a vitamina K, essencial para o processo de coagulação sanguínea e não muito facilmente encontrada em fontes alimentares. Alguns tipos de vitaminas do complexo B (como biotina, riboflavina e tiamina) também podem ser produzidas por determinadas cepas.


Fermentação de fibras alimentares


Carboidratos não digeríveis por nossas enzimas podem ser desmembrados em partes menores por bactérias, em um processo conhecido como fermentação, que ocorre geralmente no intestino grosso.



Modulação da controle do apetite


Estudam apontam que nossas bactérias podem ser capazes até de influenciar no nosso apetite! A fermentação realizada a partir de fibras alimentares e de muco intestinal favorece o crescimento de micro-organismos capazes de produzir ácidos graxos de cadeia curta como acetato, propionato e butirato, que por sua vez, dentre diversas outras funções, atuam na regulação da secreção de hormônios relacionados ao controle cerebral do apetite.



Prevenção do câncer


É sabido que ácidos graxos de cadeia curta servem como fonte de energia para células do cólon e também apresentam a habilidade de induzir a morte de células cancerígenas, protegendo contra a formação de tumores.


Definitivamente, a microbiota representa um pequeno grande mundo de reações metabólicas, cujas novas descobertas despontam a cada dia. Se gostou do tema fique de olho, falaremos mais sobre isso!



Referências

Jandhyala SM, Talukdar R, Subramanyam C, Vuyyuru H, Sasikala M, Nageshwar Reddy D. Role of the normal gut microbiota. World J Gastroenterol. 2015 Aug 7;21(29):8787-803.

Rowland I, Gibson G, Heinken A, Scott K, Swann J, Thiele I, Tuohy K. Gut microbiota functions: metabolism of nutrients and other food components. Eur J Nutr. 2018 Feb;57(1):1-24.

Valdes AM, Walter J, Segal E, Spector TD. Role of the gut microbiota in nutrition and health. BMJ. 2018 Jun 13;361:k2179.

Wang B, Yao M, Lv L, Ling Z, Li L. The Human Microbiota in Health and Disease. Engineering 2017; 3:71–82.

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