top of page
  • Foto do escritorNatália P. Castro

Hipovolemia e desidratação



Hoje abordaremos um tema cuja importância é menosprezada pela nossa população no geral: a desidratação, ou melhor, hipovolemia. A desidratação é causada pela perda de água pura (o que faz com que haja aumento nas concentrações de sais nos órgãos e tecidos), enquanto que a hipovolemia é a perda de fluidos (água + sais). Todos já ouviram falar que o corpo humano é formado majoritariamente por água (que corresponde a cerca de 50 a 60% do nosso peso corporal). Mas não só água: É água e eletrólitos (o que está dissolvido nela).


A hipovolemia e desidratação, geralmente, ocorrem nos seguintes casos:


● Perdas gastrointestinais. Cerca de 3 a 6 L de fluidos são secretados pelos órgãos intestinais para dentro do trato gastrointestinal diariamente. Esse volume, no entanto, é quase totalmente reabsorvido, sobrando apenas entre 100 a 200mL, que são excretados nas fezes. Na presença de diarreias, vômitos, sangramento e lavagens intestinais, ocorre a desidratação.


● Perdas renais. Os rins são responsáveis por filtrar até 180 L de fluidos todos os dias. Destes 180 litros, 99% é reabsorvido, resultando num total de urina de, aproximadamente, 1 a 2 L/dia. A terapia com diuréticos (no caso de quem tem pressão alta) e a diurese osmótica (perda de líquidos na presença de diabetes) são as causas renais mais comuns de hipovolemia, que provoca aumento da concentração de sal nos rins e excesso de perda hídrica pela urina. Outras doenças renais também podem provocar perda de água excessiva pela urina.


● Perdas pela pele. Caso ocorra a prática de atividade física intensa em ambiente quente e seco, é possível que a perda por sudorese supere 2 L/hora, provocando desidratação. Queimaduras e outras condições dermatológicas também agem de forma similar.


● Sequestro pelo terceiro espaço. Isso ocorre na presença de obstrução do intestino, fraturas, pancreatite e acidente por esmagamento. Por exemplo, se uma pessoa se acidenta e fratura uma perna, ocorre o inchaço, o que significa que o líquido saiu de onde deveria estar para se concentrar nos arredores da fratura. Apesar do edema voltar ao normal semanas depois, nesse interim, a pessoa sofrerá de desidratação.



Quais são os sintomas da desidratação?


Os sintomas podem variar de acordo com a causa da desidratação. Assim, a simples desidratação pela falta de ingestão hídrica pode causar letargia, fadiga, sede, cãibras musculares e tontura postural (quando você se levanta rapidamente). Em casos mais avançados de hipovolemia, é possível apresentar dor abdominal, dor no peito, letargia e confusão. Ocorre também a redução no volume da urina (urina mais concentrada – amarela intensa) e redução da frequência da micção. Os sintomas mais graves geralmente estão presentes em pacientes com diabetes descompensado (sem o tratamento adequado). Nesse caso, chamamos de desidratação e não de hipovolemia (ocorre apenas a perda de água).


Já a hipovolemia causada pela perda de fluidos pode se manifestar, por exemplo, com queimaduras, vômitos ou diarreias.


Há também os sintomas provocados pelas anormalidades nas concentrações de eletrólitos. Os sintomas mais graves incluem aqueles causados pela perda de potássio: fraqueza muscular intensa, polidipsia e poliúria (respectivamente, sede e vontade de urinar excessivamente), a respiração pode ficar acelerada, e podem ocorrer confusão e irritabilidade neuromuscular, letargia, confusão mental, convulsões e coma.



Como saber se você está hipovolêmico?


Exames laboratoriais podem indicar a hipovolemia e desidratação, identificando baixo volume de urina, nitrogênio e creatinina na urina, concentrações anormais de sódio e potássio no sangue, alcalose ou acidose (quando o pH do sangue está alterado) e concentrações anormais de hematócrito e albumina.


Mas em casa, você pode se atentar às pernas, panturrilha e antebraço. Quando você pressiona (belisca) essas regiões, em pessoas normais, a pele volta rapidamente ao lugar, sem marcas (isso se chama turgor). Nas pessoas hipovolêmicas, a pele demora para voltar ao normal e é possível ver a marca do dedo nessas regiões. Mas vale ressaltar que esse teste pode não ser eficaz para pessoas mais velhas, uma vez que a pele já não é tão elástica.

Outro excelente parâmetro para se avaliar hipovolemia é a pele. A pele “desidratada”, principalmente nas regiões das axilas, é indicativo de hipovolemia. Os sintomas de boca e olhos secos também são bons indicativos de hipovolemia.


Caso você possua o medidor de pressão arterial em casa, a pressão baixa também pode ser indicativo de hipovolemia.



Então atentem-se aos sintomas!


E, como sempre, a prevenção, é a melhor forma de evitar todos os agravos provocados pela hipovolemia e desidratação. Portanto, mantenham-se sempre hidratados, bebam uma média de 2 L de água/dia. Bebam mais água em casos metabólicos específicos, como na prática de atividade física, e se as condições climáticas estiverem ruins (baixa umidade e temperatura quente). Aliás... adivinhem qual foi a inspiração para o texto de hoje?!


Além disso, observe e conheça o seu metabolismo. Atente-se para o ressecamento das mucosas e da pele, além de sempre observar a coloração da urina, que deverá estar amarela clara. E fiquem atentos aos idosos presentes na vida de vocês: eles não costumam sentir sede como as pessoas mais jovens, e, por isso, tendem a não beber água. Façam com que eles se lembrem de se manterem hidratados. Aliás... compartilhem o link do NutS com seus idosos!

Últimos posts
Tags
bottom of page