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  • Foto do escritorStella R. Oliveira

Comer ou não comer, eis a questão!



Fazendo uso da licença poética, tomei a liberdade de adaptar a célebre frase da peça Hamlet, escrita por William Shakeaspeare no final do século XVI, pois ela nos convida a filosofar e minha intenção é realmente propor uma reflexão. Para isso, darei continuidade ao clima teatral e lhes apresentarei a seguir alguns personagens fictícios.


O jovem casal Pedro e Melissa passa seus finais de semana curtindo seu programa favorito: assistir à TV juntinhos, compartilhando alguma guloseima. Distraídos com a programação hipnotizante, nem percebem que estão transformando a comida em parte do entretenimento e constantemente acabam exagerando na dose.

Dona Isaura tem passado por tempos difíceis desde que perdeu seu marido há alguns meses e, hoje, sua maior satisfação é comer. Então, sem perceber ela esconde seus sentimentos sob uma generosa camada de comida, dia após dia.


Caio faz suas refeições fora de casa, pois mora sozinho e não sabe cozinhar. Um dia destes foi convidado para assistir à final de um campeonato de futebol na casa de seu amigo Douglas e, mesmo tendo acabado de almoçar substancialmente bem, “esqueceu” que não estava com fome e partiu para o ataque aos belisquetes ao ver tantos deles ao alcance de suas mãos e boca.


Douglas, por sua vez, lotou sua casa de petiscos para esse momento, pois sentia que merecia uma recompensa após a dura semana que teve no trabalho. No entanto, a rapidez com que devorou a comida não o deixou satisfeito ou aliviado.


Raquel é uma pessoa que não sabe dizer não. No aniversário de sua sobrinha, comeu bem mais do que queria ou precisava, pois sua avó – uma cozinheira de mão cheia – insistentemente oferecia as delícias preparadas por ela, dizendo que havia feito tudo com muito amor e que Raquel precisava provar este, aquele e mais aquele outro prato.


O que há em comum nestas pessoas? São completamente diferentes, mas todas estão se alimentando sem estar realmente com fome. E em muitos casos, acabam comendo excessivamente e/ou sem controle ou sem critérios na escolha dos alimentos.


Os motivos? São os mais diversos... estão comendo por distração, por tédio, para anestesiar uma sentimento, para afastar a solidão, para aliviar o stress, para acompanhar os amigos, para não fazer desfeita ou até mesmo simplesmente por estar perto da comida.


É possível que você tenha se identificado muito ou pelo menos um pouquinho com algum destes personagens. Também é provável que conheça alguém que tenha estes hábitos. Por isso, tire um momento para refletir, ou até mesmo convide alguém para esta reflexão: comer ou não comer, eis a questão.


Sabemos que os alimentos representam muito mais do que apenas fontes de nutrientes para o nosso corpo, afinal, a comida é importante nos momentos compartilhados com amigos e familiares, nas comemorações e nos mais diversos contextos sociais. Mas em determinadas situações, é preciso atentar para os reais motivos pelos quais está se alimentando.


Este simples ato pode ajudar a não nos mantermos no piloto automático e evitar que o “comer sem fome” vire um hábito ou até mesmo um vício. Meditar sobre as reais razões ou emoções que estão nos levando a comer e influenciam nossas escolhas alimentares, pode trazer grandes descobertas sobre nós mesmos e nos ajudar na busca de uma vida cada vez mais saudável.


Comer deve ser um ato natural, tranquilo e sem complicações, mas também consciente. Experimente!

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